MSX

HotBit preto

HotBit preto da Sharp, velho amigo de infância.


O MSX foi um micro de 8 bits criado na década de 80 para o mercado de computação pessoal e hobby. Na época não havia internet, multimídia, CD-ROM, ou nenhuma dessas coisas: apenas você, seu micrinho com geralmente menos de 64KB de RAM (sim, eu disse kbytes!), conectado à televisão, algum conhecimento de linguagem BASIC e só. Foi uma época bastante interessante.

Vários micros de 8 bits foram fabricados nas décadas de 70-80; o MSX foi muito popular no Brasil, ao lado dos TK85, TK2000, só pra citar alguns. Foi pouco difundido nos Estados Unidos (onde os micros de 8 bits mais conhecidos parecem ter sido o Commodore 64, o Atari e o Apple II), mas é lembrado até hoje no Japão (país de origem), Coréia, Europa, ex-União Soviética e também no Brasil.
No Brasil haviam basicamente duas versões: o Hotbit, fabricado pela Sharp, e o Expert, pela Gradiente. O Expert era mais popular (parecia um “computador de verdade”, com teclado separado do gabinete, dois slots para encaixe de cartuchos parecendo dois drives). O meu foi um Hotbit, do modelo preto. Foi nele que aprendi minhas primeiras noções de informática, primeiro com a linguagem MSX-BASIC, depois com a linguagem de máquina (assembly Z80).

Dados técnicos Sharp Hotbit HB-8000

Processador: Zilog Z80 3.75MHz
Memória: 64KB de RAM e mais 16KB de RAM de vídeo
Dois processadores auxiliares, um para o vídeo, outro para o som.
Como o MSX tinha mais de um processador, cada um dedicado a uma tarefa, era possível usar aquela maquininha, cuja capacidade hoje parece ridícula, para muita coisa interessante. Você podia fazer vários efeitos de sons, como o som de um helicóptero, de um trem, ondas do mar, etc. tudo programando o processador de som (mudando o formato do evelope de som, duração, freqüência, etc). Também se podia tocar notas musicais, e tudo isso com três canais de som. Hoje em dia, se um programa precisa de um efeito de som ou uma trilha sonora (jogos), isso é feito com um arquivo WAV ou MP3 gravado, às vezes com vários megabytes; no MSX o efeito podia ser produzido com poucos bytes. Note que o IBM-PC, um micro de 16-bits na época (XT, depois 286), só tinha o alto-falante para produzir sons (bastante limitados) e teve de esperar vários anos até surgirem placas de som, na época caríssimas. O velho MSX (e vários dos micros de 8 bits), devido à sua arquitetura, era capaz de fazer isso sem nenhum hardware adicional. Note que aqui vale aquele conceito de que quanto mais limitados são os recursos, maior é a criatividade para usá-los. As máquinas de 8 bits não chegam nem a ser brinquedos, se comparados com as de hoje, mas era impressionante o que se podia criar com tão pouco.
Uma curiosidade: o BASIC do MSX foi desenvolvido por uma empresa americana de software, na época ainda pequena, e que se dedicava no seu início a produzir linguagens BASIC para os micros de 8 bits da época: a Microsoft.

Um pouco mais sobre o MSX

9 pensou em “MSX

  1. Pingback: Os computadores da minha vida « Weblog do Zoltral

Deixe um comentário para Pedro Luiz Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *